Editorial
Um desafio a ser superado
Prestes a completar metade de seu segundo governo, a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) encaminha soluções para importantes temas presentes na pauta da cidade há alguns anos. Mas um, especificamente, segue como pedra no sapato dos pelotenses.
Iniciemos por onde houve avanços relevantes. O transporte coletivo, por exemplo. Se ainda distante do ideal em conforto e com algumas reclamações quanto a horários, ao menos consegue se manter sem aumentos significativos de tarifas e, desde a semana passada, graças a subsídio federal que vinha sendo cobrado por Pelotas e outros municípios de todo o País, teve redução de preço para usuários do Cartão Cidadão. Há ainda a paridade tarifária para os usuários do transporte rural, que antes pagavam caro pelo ir e vir.
Outro ponto com bons sinais é a infraestrutura urbana. São vários os pontos em que vias antes precárias recebem pavimentação, drenagem, sinalização. Claro que, diante de universo de tantas ruas onde moradores convivem com poeira, barro e buracos, estas obras não zeram a conta. Mas, inegavelmente, têm ocorrido em bom volume e com certa agilidade, com reflexos positivos no dia a dia dos cidadãos. A iluminação pública, outro ponto sensível, parece estar em vias de melhorar a partir de financiamentos que a Prefeitura busca junto ao BRDE para executar a troca pelo sistema de led, hoje restrito a algumas praças e avenidas.
Agora, vamos ao desafio que a cidade tem há décadas e ainda não conseguiu resolver: a saúde. Em praticamente qualquer bairro haverá moradores reclamando das UBSs. Não das pessoas que nelas atuam, reconhecidas como compromissadas e eficientes. Mas, sim, da falta de mais profissionais, sobretudo médicos. Um velho problema que aparenta não ter perspectiva de ficar no passado, por mais que os postos sejam reformados e recebam investimentos. Sem recursos humanos, nada se resolve. A falta de médicos, aliás, aparece também na UPA, onde são comuns os relatos de espera por atendimento durante quatro, cinco ou até sete horas. A Prefeitura diz buscar soluções e recentemente apresentou ao Legislativo projeto para atrair a contratação de mais médicos, ampliando o valor da hora de trabalho - uma demanda da categoria - em até 37,5%. E, ainda na saúde, há o impasse sobre consultas, exames e cirurgias contratualizadas com hospitais e não realizadas, assunto na mira da Câmara.
Pelotas deverá ter nos próximos anos novo Pronto-Socorro Regional. Tem várias UBSs reformadas e em boas condições. Hospitais de referência. Contudo, a saúde segue tendo desafios de primeira ordem e cujos impactos são sentidos pela população, que espera soluções. Se fosse tarefa fácil, as falhas teriam sido sanadas há anos. Mas precisa haver saída. Quem depende de médicos e de atendimento na rede pública nem sempre pode aguardar tanto tempo.
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